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Rússia e Belarus iniciam exercício militar próximo à fronteira com Polônia

Em resposta, governo polonês fechou fronteira e reforçou segurança; mobilização envolve 13 mil soldados e simula uso de armas nucleares

 

Internacional|Do R7

Foto-RFI

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Rússia e Belarus iniciam nesta sexta-feira (12) exercícios militares conjuntos. As manobras, que ocorrem em território bielorrusso, próximo à fronteira com a Polônia, e no oeste russo, devem reunir até 13 mil soldados e simular uso de armas nucleares.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, anunciou na terça-feira (9) o fechamento das passagens de fronteira, incluindo vias ferroviárias, a partir da meia-noite de quinta (11), citando “razões de segurança nacional” devido aos exercícios.

“Na sexta-feira, começam em Belarus manobras muito agressivas do ponto de vista da doutrina militar, muito perto da fronteira polonesa”, disse Tusk em reunião governamental, segundo a agência de notícias Reuters.

Os exercícios Zapad-2025, que devem envolver até 13 mil soldados, incluem simulações de uso de armas nucleares e testes do famoso míssil hipersônico russo Oreshnik, de acordo com o Ministério da Defesa de Belarus.

 

Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), no entanto, contesta os números oficiais de tropas apresentados por Moscou, alegando que a Rússia divide grandes manobras em exercícios menores para evitar as regras de transparência do Documento de Viena, um acordo internacional que exige notificação e monitoramento de exercícios militares com mais de 9.000 soldados.

Realizados a cada quatro anos, os exercícios Zapad são motivo de preocupação na Europa há mais de uma década. Embora apresentados como defensivos, em 2021, as manobras foram usadas para mascarar preparativos para a invasão da Ucrânia, segundo autoridades ocidentais.

 

Incursão de drones russos

Na quarta-feira (10), a Polônia acionou o Artigo 4 da Otan (leia mais a respeito abaixo) após abater drones russos que invadiram o espaço aéreo polonês durante um grande ataque noturno da Rússia contra a Ucrânia.

Donald Tusk classificou o incidente como uma “provocação em larga escala” da Rússia. Essa foi a primeira vez que um país membro da Otan disparou contra ativos militares russos desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

 

Tusk disse que 19 objetos identificados como drones foram detectados no espaço aéreo da Polônia. Mais tarde na quarta, o Ministério do Interior polonês informou que 16 drones foram encontrados espalhados pelo país.

Os drones foram abatidos por caças F-16 poloneses, F-35 holandeses, aviões de vigilância AWACS italianos e aeronaves de reabastecimento da Otan, de acordo com informações divulgadas pela Reuters.

Na quinta-feira, a Polônia anunciou restrições ao tráfego aéreo no leste do país até 9 de dezembro e informou que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) convocará uma reunião de emergência para discutir as incursões de drones.

A Polônia mobilizou cerca de 30 mil soldados para as fronteiras com Belarus e Rússia em resposta aos exercícios e à incursão de drones. O vice-ministro da Defesa polonês, Cezary Tomczyk, afirmou que o país se prepara para o Zapad-2025 há meses.

“O Exército Polonês realiza exercícios com mais de 30 mil soldados poloneses e aliados da Otan para responder adequadamente”, disse à emissora Polsat News, acrescentando que o Zapad é um “exercício ofensivo”.

O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, disse que os exercícios simulam “cenários muito agressivos”, comparando-os a manobras realizadas antes das invasões russas da Geórgia, em 2008, e da Ucrânia, em 2022.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, compartilhou da mesma preocupação. Ele sugeriu que o Zapad deste ano pode ser “um disfarce” para ataques a países mais a oeste da Ucrânia.

Autoridades polonesas apontam que um dos objetivos do Zapad é ensaiar um ataque ao Desfiladeiro de Suwalki, uma faixa de terra entre a Polônia e a Lituânia, situada entre Belarus e o enclave russo de Kaliningrado, considerada o “calcanhar de Aquiles” da Otan.

Especialistas bielorrussos consultados pelo jornal ucraniano The Kyiv Independent consideram improvável, por enquanto, um ataque direto de Belarus a países da Otan. Mas a proximidade dos exercícios com as fronteiras polonesa e lituana mantém a região em alerta.

Reunião da Otan

O Artigo 4 do tratado da Otan prevê que os países membros – atualmente 32 – devem se consultar sempre que a segurança, o território ou a independência política de um deles estiver ameaçada. Essas discussões podem levar a decisões ou ações conjuntas.

Desde a criação da Otan, em 1949, o Artigo 4 foi acionado sete vezes, a mais recente em fevereiro de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, quando oito países do leste europeu pediram consultas.

Diferentemente do Artigo 4, o Artigo 5 considera um ataque armado contra um membro da Otan como um ataque contra todos, podendo levar ao uso de força armada para restaurar a segurança.

Ele foi invocado apenas uma vez, em 2001, após os ataques terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos, que deixaram 2.977 mortos apenas no dia do atentado – outras 3.767 pessoas morreram de câncer relacionado à tragédia nos anos seguintes.

Como a Ucrânia não é membro da Otan, a invasão russa de 2022 não acionou o Artigo 5, mas especialistas alertam que incidentes como o de quarta-feira aumentam o risco de escalada, especialmente no flanco leste da aliança.

Ataque noturno

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que os drones utilizados no ataque à Ucrânia, com alcance máximo de 700 km, não tinham alvos na Polônia. Autoridades europeias, no entanto, classificaram a incursão como intencional.

Tusk declarou ao parlamento que o incidente colocou a Europa “tão perto de um conflito aberto desde a Segunda Guerra Mundial”, mas ponderou que não há motivos para acreditar que a guerra está iminente.

Durante a operação, a Polônia orientou moradores de três regiões orientais – próximas da fronteira com a Ucrânia – a permanecerem em casa devido ao risco. Aeroportos poloneses, um deles utilizado para transportar suprimentos à Ucrânia, foram temporariamente fechados.

Zelensky disse que a Rússia utilizou 415 drones e 40 mísseis durante o ataque. Mais de 380 deles foram abatidos. O presidente ucraniano também afirmou que 250 das aeronaves eram do tipo Shahed, conhecidos como “kamikazes”. Ao menos uma pessoa morreu.

Quais são os detalhes dos exercícios militares conjuntos entre Rússia e Belarus? 

A Rússia e Belarus iniciaram exercícios militares conjuntos nesta sexta-feira (12), em território bielorrusso, próximo à fronteira com a Polônia. As manobras devem reunir até 13 mil soldados e simular o uso de armas nucleares. 

Qual foi a resposta do governo polonês aos exercícios militares? 

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, anunciou o fechamento das passagens de fronteira, incluindo vias ferroviárias, a partir da meia-noite de quinta-feira (11), citando razões de segurança nacional devido aos exercícios. 

O que os exercícios Zapad-2025 envolvem? 

Os exercícios Zapad-2025 incluem simulações de uso de armas nucleares e testes do míssil hipersônico russo Oreshnik, conforme informações do Ministério da Defesa de Belarus. A OTAN contestou os números oficiais de tropas apresentados por Moscou, alegando que a Rússia divide grandes manobras em exercícios menores para evitar regras de transparência. 

Qual é a preocupação da OTAN em relação aos exercícios? 

Os exercícios Zapad são motivo de preocupação na Europa há mais de uma década. Embora sejam apresentados como defensivos, em 2021, foram usados para mascarar preparativos para a invasão da Ucrânia, segundo autoridades ocidentais. 

O que ocorreu com os drones russos que invadiram o espaço aéreo polonês? 

Na quarta-feira (10), a Polônia acionou o Artigo 4 da OTAN após abater drones russos que invadiram seu espaço aéreo durante um ataque noturno da Rússia contra a Ucrânia. Tusk classificou o incidente como uma "provocação em larga escala". 

Quantos drones foram abatidos e por quais aeronaves? 

O Ministério do Interior polonês informou que 16 drones foram encontrados no país, e os drones foram abatidos por caças F-16 poloneses, F-35 holandeses, aviões de vigilância AWACS italianos e aeronaves de reabastecimento da OTAN. 

Quais medidas adicionais a Polônia tomou em resposta aos exercícios? 

A Polônia mobilizou cerca de 30 mil soldados para as fronteiras com Belarus e Rússia e anunciou restrições ao tráfego aéreo no leste do país até 9 de dezembro. O Conselho de Segurança da ONU convocará uma reunião de emergência para discutir as incursões de drones. 

Como os exercícios são vistos por autoridades polonesas e ucranianas? 

Autoridades polonesas afirmam que os exercícios simulam "cenários muito agressivos", comparando-os a manobras realizadas antes das invasões da Geórgia e da Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, expressou preocupação de que os exercícios possam ser um disfarce para ataques a países mais a oeste da Ucrânia. 

Qual é o objetivo estratégico do Zapad, segundo autoridades polonesas? 

Um dos objetivos do Zapad é ensaiar um ataque ao Desfiladeiro de Suwałki, uma faixa de terra entre a Polônia e a Lituânia, considerada o "calcanhar de Aquiles" da OTAN. 

O que é o Artigo 4 da OTAN e como ele foi acionado? 

O Artigo 4 do tratado da OTAN prevê que os países membros devem se consultar quando a segurança, o território ou a independência política de um deles estiver ameaçada. A Polônia acionou esse artigo após o incidente com os drones. 

Como a situação atual se compara a eventos passados? 

Tusk declarou que o incidente colocou a Europa "tão perto de um conflito aberto desde a Segunda Guerra Mundial", mas ponderou que não há motivos para acreditar que aa guerra está iminente. 

Quais foram os detalhes do ataque da Rússia à Ucrânia mencionado por Zelensky? 

Zelensky afirmou que a Rússia utilizou 415 drones e 40 mísseis durante o ataque, dos quais mais de 380 foram abatidos. Ele também mencionou que 250 das aeronaves eram do tipo Shahed, conhecidos como "kamikazes".

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