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Veja quais cortes ficaram mais caros

Preço da carne segue alto e pode subir mais

Acém, peito e músculo estão entre os cortes que mais encareceram no último ano. Preço da carne baixou em agosto, mas acumula inflação acima de 22% desde setembro do ano passado

Foto-Deposit Photos
 
 
O preço da carne caiu 0,43% no Brasil em agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), mas permanece alto na comparação com anos anteriores e deve voltar a subir, segundo especialistas ouvidos pelo g1.

Nos últimos 12 meses, a carne bovina acumulou inflação de 22,17%. Os cortes mais populares, como acém, peito e músculo, estão entre os que mais encareceram (veja lista abaixo).

A previsão é que o preço volte a aumentar, impulsionado pelo ritmo forte das exportações, maior consumo interno e redução no número de bois abatidos nos próximos dois anos. 

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Inflação dos cortes bovinos nos últimos 12 meses: 

  • Acém: 29,1%
  • Peito: 27,4%
  • Músculo: 24,6%
  • Paleta: 24%
  • Costela: 23,6%
  • Alcatra: 23,5%
  • Lagarto comum: 23%
  • Patinho: 22,1%
  • Chá de dentro: 21,7%
  • Contrafilé: 21,4%
  • Capa de filé: 21,4%
  • Lagarto redondo: 19,8%
  • Filé-mignon: 19,1%
  • Cupim: 17,2%
  • Fígado: 15,6%
  • Picanha: 12,1% 

Fonte: IBGE

Churrasco — Foto: Fábio Tito/g1

Churrasco — Foto: Fábio Tito/g1 

Tarifaço não conteve exportações 

Um dos fatores que ajudam a explicar os preços altos é a exportação da carne brasileira, que continua aquecida mesmo após o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O setor se adaptou à nova realidade. Em agosto, os Estados Unidos caíram da segunda para a quinta posição entre os maiores compradores da carne brasileira, atrás de China, México, Rússia e Chile. 

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o México foi o destaque. De janeiro a julho, o Brasil exportou três vezes mais carne para o país do que no mesmo período de 2024. 

A previsão da Abiec é de que o volume exportado em 2025, para todos os países, seja 12% maior que o registrado em 2024. 

“O tarifaço afetou nossa exportação para os Estados Unidos, mas como o Brasil está muito bem-posicionado globalmente, rapidamente encontramos novos mercados”, diz Fernando Henrique Iglesias, analista do Safras & Mercados.

Com parte da produção voltada para o exterior, sobra menos carne no mercado interno. Isso mantém os preços elevados, afirma Iglesias. 

 
Inflação da carne entre setembro de 2024 e agosto de 2025 — Foto: Arte g1

Inflação da carne entre setembro de 2024 e agosto de 2025 — Foto: Arte g1 

Preços podem voltar a subir

Segundo o analista, a tendência de pequenas quedas na inflação deve ser revertida no último trimestre, quando o brasileiro tradicionalmente consome mais carne bovina devido às festas de fim de ano e a benefícios como o 13º salário. 

Outro fator que influencia o preço é a expectativa de queda no abate de bois em 2026 e 2027. Com menos oferta e as exportações em alta, o preço deve subir ainda mais. 

Já Cesar de Castro Alves, gerente de Consultoria Agro do Itaú BBA, disse ao g1 em julho que as dificuldades na produção de carne nos Estados Unidos também devem contribuir para a inflação brasileira.

A previsão é que a oferta de bois nos EUA caia 2,3% em 2025 e 4,1% em 2026.

Ou seja, em 2026, quando o Brasil deverá ter oferta de gado para abate menor, os EUA também estarão com disponibilidade bastante restrita, o que reforça a expectativa de preços em elevação”, diz Alves. 

Carne para poucos 

Com o aumento nos preços e a renda estagnada, a carne bovina ficou menos acessível para grande parte da população.

“A carne subiu muito mais do que a média dos salários. Então, mesmo que os preços recuem um pouco agora, é natural que o consumidor não perceba isso, e continue evitando comprar esses itens”, diz o economista André Braz, coordenador de Índices de Preços na Fundação Getúlio Vargas (FGV). 

Fernando Iglesias afirma que a carne bovina está se tornando uma proteína acessível apenas para os mais ricos. “É um fenômeno observado ao redor do mundo”, diz. 

“A maioria da população continuará consumindo proteínas mais acessíveis, como carne suína e de frango. Elas têm um custo mais baixo, mas alto valor nutricional, e vão entrar cada vez mais no cotidiano do brasileiro”, afirma o analista.

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