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O Teatro Faces será recebido pelo Grupo Teatro Experimental de Alta Floresta – TEAF. Será ofertada aos integrantes a oficina A Dramaturgia da Morte onde serão explicitadas as estéticas de construção do espetáculo. Das trocas de experiências, será produzido um artigo sobre o pensar Teatro no Interior de Mato Grosso. O teatro Experimental fará o mesmo processo em Primavera do Leste.
“O Projeto Circula MT vem para desenvolver umas das maiores problemáticas do Estado que são a circulação de suas produções e o fortalecimento de espaço de trânsito dos espetáculos. Um projeto assertivo para o desenvolvimento das Artes da Cena de Mato Grosso”, comenta a atriz Ana Paula Dorst.
Na última visita ao município de Alta Floresta, o grupo do Teatro Faces apresentou o espetáculo Boé no espaço cultural do TEAF no Festival de Teatro da Amazônia mato-grossense dentro da programação do Circuito de Festivais. Na plateia a presença de um dos maiores propulsores do teatro mundial, fundador e diretor do grupo de teatro dinamarquês Odin Theater, o Italiano/Dinamarquês Eugênio Barba. “Muito bonito. Estou extremamente tocado. É poesia”, disse na ocasião.
Em outubro do ano passado, a Cia Teatro Faces viajou até Santa Catarina. Boé foi selecionado entre os 407 inscritos para participar do Floripa Teatro 22º Festival Isnard Azevedo, em Florianópolis. O grupo esteve entre os 21 selecionados. Esta foi a primeira apresentação em um festival nacional. Já, no mês de dezembro, a peça teatral Boé, impressionou o público de Campo Novo dos Parecis e a cidade de Alta Floresta quando os atores da Cia Teatro Faces participaram do Circuito de Festivais de Teatro de Mato Grosso.
O Teatro Faces foi tratado como referência por grupos de outros estados brasileiros que se apresentaram no encontro nacional do Festival Estudantil Temático Teatro para o Trânsito (Fetran) realizado na Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Brasília, no ano passado. O grupo destacou Primavera do Leste como modelo no que se refere ao teatro em Mato Grosso, que tem projetos que valorizam os profissionais e investe em formação de atores e de plateia.
Boé é um espetáculo de dramaturgia corporal, resultado de uma pesquisa antropológica a partir do ritual de morte dos povos Boé-Bororos, um ritual visceral que se apresenta como a mais forte manifestação desse povo e, principalmente, no sentido cênico, como um grande processo para o surgimento de uma dramaturgia corporal visto a relação desses povos com o corpo: Seja o corpo que morre, o corpo que sofre, o corpo que dança, o corpo que se mutila, o corpo que caça, o corpo que mata e finalmente o corpo que busca um equilíbrio no universo.
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Verdes pássaros em um céu azul,
pairando sob nuvens brancas.
Com a paz aos seus redores
em um destino iluminado pelo sol.
Anjos a cantar um belo nome.
Som agudo em ouvido surdo.
Reanimando um coração palpitante
de um homem esperançoso, mudo.
Uma rosa a sua semelhança,
com um perfume, delicada aparência.
Este aroma que me chama atenção
para mais uma noite em sua companhia.
Murilo Conti Vieira
08/04/2016