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“Precisamos mostrar que estamos agindo alguma coisa, que estamos fazendo cultura e arte”, disse Marília. “Procissão poética, discurso poético. Tudo poético. Nós não vamos parar mais, nós vamos pra rua”, declarou. Durante a reforma do prédio da AML, deverão ser feitas pintura, troca de fiação, pavimentação. A obra é feita com recurso federal, por meio do programa PAC Cidades Históricas.
As palavras que colorem a fachada da reforma são de trechos de poesias de Ivens Scaff, Eduardo Mahon, Cristina Campos, todos acadêmicos da AML, que colocaram trechos das próprias obras no tapume.
"A arte é muito importante. Nietzsche falava que a arte existe para que a verdade não nos destrua. E é isso. A gente brinca”, disse Cristina. "A poesia é sempre necessária, principalmente hoje, que a gente anda tão cansado de tudo”, acrescentou.
A Polícia Militar chegou a ser chamada por pessoas que passavam pelo local quando a pichação teve início, mas ao chegar viu que a arte estava sendo feita por próprios membros da AML.
“Recebemos solicitação via Ciosp [Centro Integrado de Operações] de que havia varias pessoas pichando os tapumes da academia. Aí quando chegamos aqui foi constatado que são as pessoas daqui que estão escrevendo umas poesias, de certa forma muito bonitas”, disse o sargento Odir Ferreira de Souza.
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Em uma noite
sem nuvens, sem luar,
o mais perfeito clima
a admirar as estrelas.
Lembra-te que sempre estarei
ao teu lado direito
a mostrar as mais belas e brilhantes
no céu de nossa vida.
Elas que nos guiam,
que nos levam.
Esculpidas na delicadeza da mão Divina.
Murilo Conti Vieira
25/01/2016