26 de Abril de2024


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Geral Quinta-feira, 19 de Novembro de 2015, 11:41 - A | A

Quinta-feira, 19 de Novembro de 2015, 11h:41 - A | A

POR UMA VIDA MELHOR

Aprendendo a resgatar o que de bom e singelo tem a vida.

Milene Teixeira

A Psicanálise Humanista entende que o homem deve ser analisado na sua totalidade, e que a natureza humana engloba o biológico, o fisiológico, o emocional, o imunológico, o genético e o espiritual, além dos aspectos cultural e social. Isso faz com que cada individuo seja visto no contexto de sua historia individual, e que a saúde esta relacionada com o bom funcionamento de todas as instancias acima relacionadas. Essa exigência de integralidade no bem estar do homem fez com que eu começasse a observar com outros olhos a influencia das mudanças sofridas pela sociedade ao longo do tempo, pois estas mudanças também influenciam nos sofrimentos emocionais aos quais as pessoas estão sujeitas e que acabam gerando mal estar e doenças.

            Eu particularmente acho que no campo afetivo, a globalização do mundo atual veio para ceifar. A percepção da grandeza do mundo, e a aparente disponibilidade de tudo (lugares maravilhosos para conhecer, comidas exóticas para experimentar, os novos lançamentos de produtos que se tornam sonhos de consumo...) trazem a sensação de falta, pois antes de pensar em tudo o que se tem, percebo que as pessoas tendem a pensar em tudo o que lhes falta.

Outra ambiguidade é a grande solidão num mundo conectado! Hoje a maioria das pessoas têm telefones celulares e internet disponíveis todo tempo, mas nunca se viu pessoas tão solitárias, tão isoladas e sofrendo tanto. Cada um se resguarda no seu ‘pequeno mundo ideal’, e se conecta com varias pessoas virtualmente, mas essa aparente aproximação é falsa, pois acaba suprimindo o conteúdo da continuidade da conversa, da aceitação do verdadeiro eu, do olho no olho, e não supre a necessidade das relações vividas na sua plenitude.

Avalio que o estilo de vida comum das pessoas que viviam a vinte, trinta anos atrás era mais satisfatório, porque tinham um ritmo mais lento, uma exigência e uma expectativa em relação ao futuro menor. As pessoas se comunicavam, se relacionavam mais afetivamente! Os vizinhos se conheciam, conversavam, homens trocavam ferramentas, e mulheres gulodices que faziam em suas casas. A maior parte dos pais eram participantes ativos das atividades escolares das suas crianças, e trabalhavam voluntariamente para melhorar a escola, a igreja, o bairro onde moravam, o que fosse, dando exemplo real e pratico de trabalho voluntario para os filhos. As crianças em geral entendiam o que era família, o que era ajuda ao próximo, o que era respeito aos mais velhos, o que era permitido e o que era proibido.

Talvez pareça saudosismo, utopia, claro que sempre houve e sempre haverá problemas! Reconheço que a maioria dos pais falava menos com seus filhos e as mulheres tinham menos espaço na sociedade, é verdade! Mas hoje, vemos que a atual geração de pais de crianças esta correndo atrás para se adaptar, para dar conta de todas as demandas impostas, mas em algum momento é preciso parar e reavaliar a vida. Observar a necessidade de tantos compromissos, rever o que é prioridade, permitir-se ter tempo para si, para o convívio familiar, para visitar aquele amigo que não se vê a tempo, para tirar as crianças da frente da televisão e do computador e chamar para um jogo, uma brincadeira, para fazer um bolo, ou juntos limparem o jardim, para resgatar o que de simples e singelo tem a vida, e que são a necessidade básica de qualquer ser humano – as relações, o afeto, o amor, as trocas... Ter tudo isso é que é plenitude!

 

 

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