O vice-prefeito de Várzea Grande, Tião da Zaeli (PL), afirmou que mulheres sem “estrutura emocional” não devem se envolver com política. A declaração foi dada em meio à repercussão da denúncia de violência política de gênero feita pela prefeita Flávia Moretti (PL), que afirmou ter sido atacada pelo vereador Samir Katumata (PL), conhecido como Japonês. Nesta terça-feira (11), Zaeli reconheceu o desgaste entre os dois, mas minimizou o episódio.
Apesar de a própria prefeita ter relatado publicamente que foi alvo de ataques machistas, o vice-prefeito negou que a situação configure violência de gênero. “Eu não tenho visto essa violência de gênero. A política é um palco muito disputado, de muitos debates acalorados”, afirmou.
Tião ainda sugeriu que a prefeita precisa se adequar ao ambiente político. “Se a mulher não tem estrutura emocional e não tem essa capacidade de ir por debate, não deve mexer com política”, disse. Em seguida, comparou o enfrentamento político à experiência masculina: “Até nós que somos homens, que temos uma estrutura emocional um pouco mais forte, a gente sofre com isso.”
CONTEXTO DA CRISE
A tensão entre a prefeita e o vereador Japonês se intensificou em agosto, quando ele foi retirado da liderança do Governo. A crise escalou após o vice-líder de Flávia, Cleyton Nassarden (MDB), criticar o Departamento de Água e Esgoto (DAE/VG), que está sob o controle do vice-prefeito Tião da Zaeli.
Em resposta, em outubro, o vereador Japonês elevou o tom e atacou duramente a prefeita em plenário, chamando-a de “mentirosa”.
Após o ataque, Flávia Moretti denunciou publicamente ter sido vítima de violência política de gênero. O episódio teve desdobramentos, incluindo um suposto atrito por mensagens entre o filho da prefeita e o vereador, que resultou em um boletim de ocorrência.
Na sessão plenária seguinte, Japonês pediu desculpas ao colega Sardinha, mas ignorou a prefeita. Flávia também solicitou ao PL que aplicasse sanções internas ao vereador.
Com informações do VG Notícias.

















