O governador Mauro Mendes afirmou, nesta segunda-feira (1º), que Mato Grosso alcançou a maior queda de incêndios florestais de sua série histórica, resultado de ações de planejamento, reforço operacional e investimentos diretos do Estado. Durante coletiva, ele destacou que, apesar do avanço local, a maior parte dos focos mais críticos tem origem em áreas sob responsabilidade federal, como terras indígenas, parques nacionais e assentamentos não regularizados.
Segundo Mendes, 51% dos incêndios do último ano ocorreram em territórios federais, número considerado desproporcional em relação ao tamanho dessas áreas.
“Houve uma grande redução, praticamente em torno de 78% em relação ao ano de 2024. Grande parte dos incêndios que aconteceram, 51%, vieram de terras indígenas ou áreas federais, isso mostra que precisa existir planejamento e uma resposta mais efetiva também nessas regiões”, afirmou o governador.
Mauro ressaltou que, nas áreas produtivas, o índice de fogo por quilômetro quadrado é muito inferior 0,18 foco por km², conforme o monitoramento citado na coletiva.
“Nós conseguimos uma maior redução na série histórica do Estado de Mato Grosso, talvez a maior redução entre os estados brasileiros”, pontuou o governador sobre a redução.
TECNOLOGIA E RESPOSTA RÁPIDA
O governador também apresentou duas inovações incorporadas pelo Corpo de Bombeiros:
Vistoria teleguiada
As inspeções passam a ser feitas por videoconferência, usando a câmera do celular de um técnico habilitado da própria empresa. O bombeiro acompanha em tempo real os itens de segurança exigidos em projeto.
“Isso gera agilidade, redução de filas e economia ao poder público, evitando deslocamentos de centenas de quilômetros”, explicou Mendes.
FireLock: acionamento automático dos bombeiros
A outra novidade é o dispositivo FireLock, instalado diretamente nos sistemas de combate a incêndio das empresas. O equipamento aciona automaticamente a central dos bombeiros ao detectar um princípio de fogo, podendo reduzir em até 40% o tempo de resposta.
“Em incêndio, 10, 15 ou 20 minutos podem ser cruciais para evitar uma catástrofe”, disse o governador, citando o caso do Shopping Popular, cujo chamado chegou cerca de 40 minutos após o início das chamas.
O FireLock será implantado primeiro em Mato Grosso, com custo estimado entre R$ 900 e R$ 2 mil, conforme o sistema já existente na empresa.
ÁREAS FEDERAIS
Mendes reforçou que o Estado continuará cooperando, mas ressaltou que há limites institucionais. “Reservas indígenas e assentamentos federais têm responsabilidade imediata da União. Nós colaboramos, mas é preciso planejamento para que haja melhor resposta quando esses incidentes aconteçam”, observou.
Ele ainda citou que nessas áreas incluindo parques, zonas de ocupação irregular e assentamentos ainda não regularizados, a taxa de focos é “muito maior”, o que dificulta o combate e pressiona a estrutura estadual.
BRIGADISTAS PRIVADOS
O governador mencionou ainda o papel da rede privada de prevenção. Hoje, mais de 4 mil brigadistas treinados por empresas em parceria com o Estado atuam nas propriedades rurais, garantindo resposta inicial mais rápida e reduzindo custos.
“Ter pessoas treinadas em centenas de propriedades faz muita diferença no início do fogo”, afirmou.
















