O governador Mauro Mendes (União Brasil) reiterou sua posição contrária ao aumento de 6,8% aos servidores do Tribunal de Justiça (TJMT) afirmando que "não é justo" promover reajuste somente para um dos Poderes. Em evento, nesta sexta-feira (14), Mendes fez um discurso duro e direcionado ao presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), Max Russi (PSB) - que colocará em votação o projeto de lei que discute o aumento na próxima semana - pontuando que a medida é um risco ao equilíbrio fiscal de Mato Grosso.
Em sua fala, Mauro ainda relembrou o período antes de assumir o governo em que os salários atrasavam e prefeituras chegaram a ficar 11 meses sem receber os repasses à Saúde.
"Todos que aqui estão se lembram quando o governo de Mato Grosso estava quase quebrando. Se eu e a Assembleia não tivemos responsabilidade com as nossas decisões, esse tempo que parece que ficou para trás, e ficou por enquanto, ele pode voltar em Mato Grosso", disparou o governador.
Mauro também alfinetou o deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil), presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da AL, que aprovou nesta quarta-feira (12) o parecer pelo reajuste. Mendes alertou que todos os anos há um aumento na folha do Executivo de até 5% acima da inflação com a contratação de novos servidores para substituir aqueles que se aposentam, que também permanecem sob responsabilidade do Estado.
"Só para a Secretaria de Segurança nomeamos 3,5 mil profissionais. Continuamos pagando os salários de todos que tinham pois muitos se aposentaram e colocamos mais 3,5 mil para receber o salário", ressaltou Mendes.
Na AL, a base do governo se move como pode para tentar travar a votação. Foram feitos três pedidos de vista na Casa, o último nesta semana por Chico Guarnieri (PRD). Mas não cabem mais requerimentos para adiar a discussão e Max Russi já manifestou que a matéria entrará na sessão da próxima quarta (19) para os deputados votarem.
O sindicato dos servidores pressiona com ameaça de greve e manifestações a cada sessão na Assembleia. Mendes, ignora. Após a aprovação do parecer na CCJR, a tensão aumentou pois o documento reforça a constitucionalidade do reajuste. Mendes dedicou parte do discurso citando Botelho, destacando que os deputados entendem os riscos da medida.
"Os deputados sabem disso que não é justo e eu tenho coragem de dizer isso. Pode até me faltar um pouco de juízo, mas coragem de fazer o que é certo não me falta. E é isso que faz o Estado ficar como está. Não podemos fazer para um Poder o que não podemos fazer para todos", falou o governador.

















