Ao longo do mês de agosto, conhecido nacionalmente como Agosto Lilás, a cidade de Primavera do Leste intensificou as ações de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher.
Entre as ações uma mobilização integrada em âmbito nacional articulada pelo Ministério da Justiça, em parceria com os estados e executada pelas Polícias Militares, a Operação Shamar 2025, que reúne uma força-tarefa para intensificar o atendimento às mulheres em situação de violência, o cumprimento de medidas protetivas de urgência e de mandados de prisão, como explica o Major Farias, oficial responsável pela Patrulha Maria da Penha no município.
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"Desde o dia 1º de agosto, uma série de ações vêm sendo realizadas, à partir do trabalho que conta com a Rede de Enfrentamento á Violência, formada por representantes de instituições como as polícias Militar e Civil, Ministério Público, OAB, Prefeitura e demais órgãos que atuam diretamente no acolhimento e proteção de mulheres vítimas de violência", ressalta.
Marcando a abertura oficial do Agosto Lilás, houve o lançamento de um vídeo institucional produzido pela Rede de Enfrentamento e outras ações estão sendo desenvolvidas, como palestras e rodas de conversa, além de um Fórum específico sobre o assunto.
E o trabalho é contínuo, mas intensificado no mês de agosto, alusivo à Lei Maria da Penha. "Trabalhamos juntos para oferecer desde o acolhimento imediato até encaminhamentos como auxílio para passagem, alimentação, aluguel solidário e até qualificação profissional”, destaca o Major Farias.
No caso de Primavera do Leste ele também reforça que a atuação da Patrulha Maria da Penha, agora passará a contar com quatro policiais dedicados exclusivamente à fiscalização das Medidas Protetivas de Urgência (MPUs) expedidas pela Justiça. O trabalho inclui visitas regulares às vítimas, verificação quanto ao cumprimento das medidas por parte dos agressores, tudo feito de forma contínua.
A equipe também ganhou reforço com a chegada de mais uma policial militar feminina, ampliando a sensibilidade e a capacidade de acolhimento às vítimas. “Apesar de não ser uma exigência legal, a nossa portaria determina a presença de pelo menos uma mulher na equipe, para garantir esse cuidado especial no atendimento”, explicou.
NÚMEROS E NECESSIDADE DE DENUNCIAR
Segundo dados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Primavera do Leste é o nono município com maior número de medidas protetivas de urgência solicitadas no primeiro semestre deste ano. Não houve registros de feminicídio no período e os números mostram que as mulheres estão mais confiantes em denunciar e buscar ajuda.
“A denúncia é o primeiro passo. E quando a mulher tem coragem de buscar os canais oficiais — como o 190, o 181 e o 197 — ela encontra uma rede preparada para acolhê-la. Isso mostra que o sistema está funcionando, e que a mulher sente que pode confiar”, afirma o oficial.
Ainda assim, o trabalho da Patrulha enfrenta um desafio: a reincidência. “Infelizmente, muitos casos envolvem a mesma vítima, que volta para o agressor e acaba sendo novamente agredida. É um ciclo difícil de romper, inclusive por questões emocionais, mas quando ela percebe que existe apoio e que é possível sair disso, ela consegue denunciar e quebrar esse ciclo de violência”, concluiu.
As ações seguem durante todo o mês de agosto, com foco na conscientização, prevenção, acolhimento e proteção às mulheres.
