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Triticultura

Queda nos preços do trigo acende alerta para possível intervenção federal

Valores pagos ao produtor estão até 27% abaixo do preço mínimo

Administração

 

 
Agrolink - Aline Merladete
 
Foto: Canva

Com a colheita em ritmo acelerado, valores pagos ao produtor estão até 27% abaixo do preço mínimo estipulado pelo governo.

A intensificação da colheita de trigo no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, tem pressionado os preços para baixo na maioria das regiões monitoradas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). No Paraná, as chuvas atrasaram os trabalhos no campo e deram sustentação pontual aos valores, mas a tendência de queda predomina no cenário nacional. 

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De acordo com o levantamento mais recente do Cepea, os preços pagos aos produtores estão significativamente abaixo do valor mínimo garantido pela Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), administrada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O preço de referência estipulado é de R$ 78,51 por saca de 60 kg. No entanto, na última sexta-feira (7), o valor médio no mercado de balcão em Passo Fundo (RS) foi de R$ 57,52/sc – 27% inferior ao mínimo. No Oeste do Paraná, a cotação ficou em R$ 63,95/sc, com diferença negativa de 19%.

Essa defasagem abre caminho para uma possível intervenção federal no mercado, com o objetivo de garantir a remuneração mínima aos produtores e evitar maiores prejuízos ao setor. A PGPM prevê mecanismos como Aquisições do Governo Federal (AGF) ou Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) para sustentar os preços em momentos de desvalorização acentuada. 

A situação é especialmente preocupante no Sul do país, principal polo produtor de trigo do Brasil. A maior oferta no mercado interno, resultante do avanço da colheita, coincide com uma demanda ainda retraída, agravando o cenário de desvalorização. Além disso, o trigo nacional enfrenta forte concorrência do produto importado, favorecido pela valorização do real frente ao dólar e pelos preços internacionais mais baixos.

O Cepea também destaca que, embora o clima tenha dificultado a colheita em algumas áreas do Paraná, isso não foi suficiente para reverter a tendência de baixa nos preços em médio prazo. A manutenção desse cenário pode levar ao acionamento de políticas públicas de apoio, fundamentais para equilibrar o mercado e garantir a viabilidade econômica da cultura.

A queda nos preços do trigo impacta diretamente o planejamento dos agricultores para a próxima safra e pode influenciar na decisão de área plantada, afetando a oferta futura do cereal. Para os consumidores, o efeito pode ser indireto: mesmo com a queda nos preços ao produtor, os custos industriais e logísticos continuam elevados, limitando a redução no preço final de derivados como farinha e pão.

A expectativa recai sobre possíveis medidas do governo para mitigar os impactos negativos e restabelecer um ambiente minimamente sustentável para a comercialização do trigo brasileiro.

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