O mercado de arroz em casca iniciou novembro em retração no Rio Grande do Sul, principal estado produtor do cereal. Segundo dados do boletim informativo do Cepea, o Indicador CEPEA/IRGA-RS, que considera arroz com 58% de grãos inteiros e pagamento à vista, apresentou queda de 1,1% nos primeiros dez dias do mês, operando próximo de R$ 55 por saca de 50 kg.
De acordo com pesquisadores do Cepea, a liquidez segue baixa. O mercado está em compasso de espera, refletindo a cautela dos agentes diante da possibilidade de compras públicas por parte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Essa indefinição tem limitado os negócios e contribuído para a pressão sobre os preços.
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No campo, os trabalhos de plantio estão praticamente concluídos. Dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) indicam que, até o dia 9 de outubro, foram semeados 717,6 mil hectares de arroz no estado — o equivalente a 78% da área estimada para a safra 2025/26.
Enquanto o mercado interno caminha devagar, o cenário externo surpreende. Com ampla oferta doméstica e preços mais competitivos, as exportações brasileiras de arroz ganharam fôlego em outubro. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país embarcou 212,64 mil toneladas no mês passado — o maior volume desde agosto de 2023.
Esse desempenho representa um avanço expressivo: alta de 143,14% em relação a setembro e de 73,15% frente ao mesmo mês de 2024. O movimento externo indica uma janela de oportunidade para o escoamento da produção, especialmente diante da estagnação no mercado interno.
A valorização das exportações pode representar um alívio para o setor, pressionado pela queda de preços e pela incerteza em torno da atuação do governo. No entanto, a ausência de sinalizações concretas sobre compras da Conab mantém o clima de insegurança entre os produtores.

















