25 de Abril de2024


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EDITORIAL Segunda-feira, 01 de Março de 2021, 06:30 - A | A

Segunda-feira, 01 de Março de 2021, 06h:30 - A | A

EDITORIAL

Seleção por competência

A população não tolera mais o apadrinhamento incompetente, de pessoas que estão nas repartições enfeitando menos que vaso de flor

Waldir Freitas

Há pelo menos 15 dias vem sendo discutido na Câmara Municipal de Vereadores de Primavera, mais precisamente por dois vereadores (Luis Costa e Adriano Carvalho), a questão do apadrinhamento político. Na última sessão realizada no dia 22 de fevereiro, chegou a haver um debate sobre competência versus indicação.

O caso veio à tona após o vereador Adriano, levar a tribuna a denúncia da nomeação de uma pessoa para o cargo de coordenação na Jari. O vereador, tendo como base um áudio, do então nomeado, onde este pede a proteção de Deus para assumir o cargo, e assumindo a falta de experiência na função, diz que se preciso fosse pesquisaria no Google.

O resultado? O nomeado pediu exoneração e foi até o plenário, e na hora que o vereador denunciante fazia o uso da palavra, os dois começaram a discutir. Uma cena lamentável.

O episódio, me fez lembrar de um editorial publicado em 2017, aqui mesmo neste espaço. Editorial este, resgatado de nossos arquivos e que merece a leitura.

Vale destacar que não cabe a nós julgar quem está certo ou errado, nem ao menos dizer se neste caso citado, o nomeado tinha ou não competência.

Já afirmamos aqui, neste espaço, que sábio é quem aprende com os outros, erros ou acertos. Desde que aprenda para o bem. Não há muito que falar sobre a administração pública de Primavera do Leste. Ainda, devido a tudo aquilo que os leitores já sabem decor, está nos primeiros dias, pisando em ovos, coletando informações e ajustes acontecem todo dia. Resta-nos esperar que o melhor para a população aconteça independente de quem o faça que assim desempenhe com eficácia e profissionalismo.

Sendo assim, se não falamos dos nossos falaremos dos outros. Em 2017, quando era ainda prefeito de São Paulo, João Dória, começou seu mandato afirmando que não era político, preferia ser gestor. O resto todo mundo sabe, foi varrer rua, andou de metrô e ônibus, declarou guerra às pichações, multa a atrasados nas reuniões e muito mais.

Em Porto Alegre, o ex-prefeito Nelson Marchezan, resolveu privilegiar competência e meritocracia sobre indicações políticas na escolha dos gestores dos órgãos municipais. E a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), segundo informou na época, o secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, sairia do Banco de Talentos que estava sendo formado com esse propósito. Ainda que o processo seja mais demorado, a seleção técnica garante transparência e eleva a confiança dos cidadãos nos seus representantes, principalmente neste momento de descrédito da classe política.

São alguns dos exemplos dos novos tempos da administração pública. A população não tolera mais o apadrinhamento incompetente, de pessoas que estão nas repartições enfeitando menos que vaso de flor. São companheiros de partido, mas não entendem do riscado para o qual foram nomeados. Não conseguem cumprir com as responsabilidades e tornam-se um ônus para a comunidade que paga por um serviço ineficiente. (Não estamos generalizando).

Serve de exemplo e alerta para as gestões municipais que estão começando. Embora ninguém deve ser excluído de oportunidades na administração pública por ser político ou por ter filiação partidária, até mesmo porque tais condições são indispensáveis para o funcionamento da democracia representativa. Mas parece adequado que o recrutamento para alguns cargos de gestão obedeça a critérios técnicos e meritocráticos e não apenas o político, como vem sendo feito historicamente no país.

Nem sempre é fácil atrair profissionais de excelência para a gestão pública, que, devido à continuada crise financeira, já não consegue competir com a iniciativa privada na oferta de remuneração e vantagens para os executivos mais capacitados. Ainda assim, a ideia do banco de talentos possibilita encontrar profissionais que querem fazer carreira na administração pública e que poderão ser avaliados pela competência e resultados.

 

CONTEXTUALIZAÇÃO: JAQUELINE HATAMOTO

EDITORIAL: WALDIR FREITAS

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