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NOTÍCIAS Quarta-feira, 25 de Março de 2020, 17:40 - A | A

Quarta-feira, 25 de Março de 2020, 17h:40 - A | A

ESTÁ VALENDO?

Medidas tomadas por governantes gera discussão e confunde população

Governos municipal, estadual e federal propõe medidas diferentes

Wellington Camuci

Em entrevista concedida na terça-feira (24), a TV Centro América, afiliada Rede Globo, o governador Mauro Mendes destacou as medidas que estão sendo tomadas pelo governo para combate do coronavírus no estado. O governador participou de uma reunião por teleconferência com o presidente Jair Bolsonaro e os governadores dos estados do Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, ainda na manhã de ontem.

 

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A reunião foi para que fossem repassadas o pacote de medidas que tem a pretensão de ajudar os estados e município no enfrentamento as questões econômicas e dificuldades que serão enfrentadas em função do desaquecimento da economia.

Uma das medidas do governo federal foi a garantia que o repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e Fundo de Participação dos Estados (FPE), independente da arrecadação deste ano, será no mesmo nível de repasse do ano anterior, 2019, o que, para Mendes, beneficiará os estados da região Norte e Nordeste. “Aqui na região Centro-Oeste, os nossos estados a participação desta receita, representa 11%, no caso de Mato Grosso, lá no Nordeste, isso representa 80%”, afirma.

A solicitação que os governadores da região Centro-Oeste fizeram ao presidente e ao ministro da economia, Paulo Guedes, foi o pagamento do Auxílio Financeiro de Fomento às Exportações (FEX) de 2019 que ainda não foi pago. “Ele não descartou isso, em nenhum momento ele disse ‘não vou pagar’, ele prometeu, fez várias declarações que pagaria em 2019, mas infelizmente não pagou”, disse.

Mendes falou ainda que os governos da região solicitaram a antecipação do de ano de 2020. Segundo ele, em 2019, Mato Grosso deixou de receber quase R$ 500 milhões que seria do pagamento do FEX.

Sobre as medidas de fechar o comércio adotadas por alguns prefeitos, Mauro Mendes diz que ainda não é necessário. “Alguns prefeitos fizeram isso, a gente respeita, não quero entrar no mérito, porém, segundo orientação do próprio Mandetta, que é o ministro da saúde, ele disse ‘Olha, cidade que não existe nenhum caso ainda confirmado, não tem porque falar em isolamento, não tem porque parar o comércio’”.

O governador recomenda cautela aos prefeitos e diz que medidas extremas podem causar outros problemas sociais, “se a gente criar uma grande paralisia na nossa atividade econômica, vai morrer mais gente de fome do que do coronavírus. Daqui a pouco essas pessoas vão estar com fome, isso vai aumentar a violência”, argumenta.

Uma preocupação do governo é com o alto índice de contaminação do novo coronavírus, “já tem 15 dias que o governo do estado de Mato Grosso, começou a fazer um planejamento para atender a essa excepcionalidade... nós estamos tomando nossas providências aqui”, afirmou.

Uma das medidas encontradas pelo estado para dar assistências aos pacientes graves é a construção de 200 novos leitos no Hospital Metropolitano em Várzea Grande. O hospital, que está em reforma, possui hoje 60 leitos e 19 UTIs, com a medida, o governo pretende aumentar para 260 leitos com 40 UTIs.

A expectativa do governo é que os novos leitos sejam entregues em 15 dias. “Não é uma construção de tenda, não é uma construção que a gente vai fazer e depois vai perder tudo. Nós estamos fazendo mais 200 leitos definitivos, é uma construção que ela vai ser incorporada a esse hospital”, explica Mendes.

Os novos leitos serão construídos em um estacionamento na parte de trás do hospital e, neste período, será disponibilizado, exclusivamente, para pacientes graves de coronavírus, “os idosos, algumas pessoas com algum tipo de doença, podem ter complicações e somente essas pessoas que serão destinadas a esse hospital, que é a referência estadual”, pontua.

O governador também falou que outras medidas estão sendo tomadas para melhorar a rede estadual para um possível surto maior da doença, “nós temos medidas que estamos tomando em outras unidades estaduais, tanto nas nossas regionais quanto em parceria com os prefeitos, nós já começamos a falar com vários prefeitos, Barra do Garças está tomando providência, vamos falar com todos os polos para que nós possamos melhorar a nossa rede estadual e municipal e estarmos preparados para um surto maior em Mato Grosso”, afirma.

Quanto a economia, Mendes afirma que desde a semana passada trabalham em medidas para que o estado possa ajudar os municípios e as empresas. Com as medidas anunciadas pelo governo federal, a equipe começou a fechar as medidas que serão adotadas pelo estado.

Na semana passada, o governo divulgou a prorrogação por 60 dias do vencimento de março e abril do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), ou seja, os proprietários de veículos que deveriam quitar o débito nestes meses, farão em maio e junho, respectivamente.

O governo afirma estudar medidas para pequenas e médias empresas, “estamos estudando todo um conjunto de ações que nós poderemos fazer”. Mas, a falta de arrecadação é uma preocupação do governo, “se o governo do estado também não arrecadar nada, como é que nós vamos pagar os profissionais da saúde para continuar trabalhando? Como é que nós vamos pagar os profissionais da segurança? Como é que nós vamos comprar remédio?”, questiona.

Na área de assistência social, Mendes destaca que o governo está comprando 50 mil cestas básicas para distribuição à família necessitadas e que mais recursos serão destinados. “Nós vamos destinar mais recursos nessa área de assistência social, daquilo que nós recebermos do governo federal e daquilo que nós formos capazes de juntar aqui”. Segundo ele, pessoas e empresas estão oferecendo ajuda e doações para as famílias que precisam de um apoio maior.

Em decreto baixado pelo governador do estado, várias medidas de prevenção foram tomadas, como a proibição de festas e eventos públicos, funcionamento de bares, conveniências e estabelecimento não essenciais, interrupção do transporte coletivo intermunicipal, suspensão das aulas, dentre outras medidas para evitar convívio social e aglomerações na tentativa de conter o avanço do vírus.

Alguns municípios, como já dito mais acima, foram mais além. Existem municípios no Mato Grosso onde somente moradores da cidade podem entrar, onde o comércio, com exceção de supermercados, farmácias e outros serviços essenciais, foram fechados. Cidades que a prefeitura determinou toque de recolher aos moradores. Medidas extremas por medo de que não consigam controlar a pandemia.

Na manhã de ontem (26), o governo do estado publicou um novo decreto que permite o funcionamento do comércio, desde que os estabelecimentos sigam as normas de segurança, prevenção e combate ao coronavírus. Entre as novas medidas está a unificação das decisões tomadas pelos municípios de Mato Grosso, para evitar divergências entre as regras adotadas pelo estado e pelos municípios.

 

Apesar da informação, o prefeito de Primavera do Leste, diz que continua valendo o decreto 1.901/20. “ Muitas pessoas não conseguem interpretar os decretos, e se continuar neste cenário, positivo, pode haver mudanças, mas precisa ter um pouco de interpretação do regramento”, frisou Leonardo Bortolin.

 

GOVERNO FEDERAL

Na última terça-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro, em pronunciamento oficial, disse que alguns governadores e prefeitos estão tomando medidas extremas e que o povo deve voltar a trabalhar. “Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra devastada, como proibição de transporte, fechamento de comércio e confinamento em massa”, disse o presidente.

“O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Então, por que fechar escolas? Raros são os casos fatais de pessoas sãs, com menos de 40 anos de idade. 90% de nós não teremos qualquer manifestação caso se contamine. Devemos, sim, é ter extrema preocupação em não transmitir o vírus para os outros, em especial aos nossos queridos pais e avós. Respeitando as orientações do Ministério da Saúde”, continua.

Em coletiva nesta quarta-feira (25), o presidente defendeu o isolamento vertical, ou seja, isolar somente as pessoas que fazem parte do grupo de risco e a reabertura do comércio. Sobre isso, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes disse que continuará tomando as medidas necessárias. “Vamos continuar a restringir o convívio social e a preparar toda a estrutura necessária para atender aos possíveis doentes do coronavírus. Mas, não iremos proibir nenhuma atividade econômica essencial, desde que haja a devida obediência às regras sanitárias”.

 

MEDIDAS DO MUNICÍPIO

Primavera do Leste tem 11 casos suspeitos e é a cidade do Mato Grosso com medidas menos restritivas. A prefeitura informa que “o Decreto 1.901 continua em vigência, mesmo porque o comércio da cidade não está fechado, apenas com a carga horária reduzida. Primavera do Leste é uma das cidades com decreto menos restritivos. A indústria, o comércio e o transporte não pararam por enquanto”.

O Decreto nº 1.901 de 23 de março de 2020, proibiu o atendimento pessoal em agências bancárias, cooperativas de crédito e casas lotéricas; até 05 de abril, e está suspensa as atividades de casas noturnas e salões de festas, cultos, missão e reuniões religiosas, salões de estética, circos, parques de diversão e as atividades da rodoviária.

De acordo com o decreto, velórios são permitidos com no máximo 15 pessoas. Bares, restaurantes, ambulantes, lanchonetes e congêneres, podem funcionar, desde que com vendas exclusivas em balcão e delivery, sendo proibida a permanências de pessoas no local.

Para estabelecimentos com atividades tidas como essenciais, como farmácias, transporte de carga, entre outros, o funcionamento continua inalterado. Supermercados, mercados e mercearias, também continuam com funcionamento normal, mas com restrições. No local, somente pode entrar dois clientes por caixa em funcionamento, sendo responsabilidade do estabelecimento o controle para evitar aglomeração dentro e fora do local.

O transporte coletivo de qualquer natureza (circulares, táxis, moto-táxis e motoristas de aplicativo), foi recomendado a adoção de higienização diária, interna e externa, além de fornecer álcool em gel aos passageiros. A rede hoteleira também foi afetada, podendo somente operar com 30% da capacidade.

Outra medida adotada pelo poder público municipal foi a criação da central de atendimento. Três números de telefones foram disponibilizados para que a população tire dúvidas e solicitem atendimento. De acordo com cada caso atendido, o paciente recebe orientações de como proceder de acordo com os sintomas e, dependendo do caso, uma equipe médica vai até a residência para avalia-lo.

Essa medida evita que pessoas com sintomas respiratórios circulem pela cidade e postos de saúde, evitando assim uma possível contaminação de outras pessoas. A ação da prefeitura foi destaque nacional como exemplo de medidas no combate ao coronavírus.

 

MORADORES OPINAM SOBRE MEDIDAS ADOTADAS

Após a publicação de reportagens que traziam o pronunciamento do presidente, Jair Bolsonaro, e também as medidas adotadas em nível estadual e municipal. Diversas pessoas moradoras de Primavera do Leste, se manifestaram em relação ao assunto através de grupos de interação mantidos pelo Jornal O Diário.

“O cara fala que fecharam as escolas porque geralmente a maioria das crianças não sentem os sintomas e acabam passando para os mais velhos. As pessoas entendem que ele é contra fechar as escolas. O cara fala que a economia não pode parar e tem que ter o trabalho, e as pessoas entendem que tem que voltar ao normal. O cara tem mil e uma medidas para tomar em todos os setores e tem gente que se faz de desentendido”. Regis.

“E mais o vírus afeta pessoas com mais de 60 anos que tem doenças crônicas, mas não deixe as crianças chegar perto de pessoas idosas diz e se contradiz”, Sérgio Gandolfi.

“Respeitar e atender aos decretos é responsabilidade de todos nós, porém sem histeria”. Bodack.

“ O prefeito baixou o decreto e temos que respeitar. Ponto. Nós do interior fomos mais ligeiros que os grandes centros e teremos uma quarentena de 15 dias. Isso é o tal achatamento da curva. Porque achatar a curva? Para não superlotar o sistema de saúde. Porque achatar a curva? Porque um dia todos irão pegar o vírus. TODOS. Por isso foram proibidos ônibus, para o povo não passar para o Brasil inteiro de uma vez e acabar com os sistemas de hospitais. As coisas terão que voltar ao normal inevitavelmente. Se o prefeito e o estado falar que vamos voltar ao normal, vamos voltar. Mas sempre cuidando dos nossos velhinhos. Por isso parabenizo prefeito Léo, que apenas deu um decreto de para pararem por um tempo e o comércio reduzir a carga horária, sem parar tudo de uma vez, e incentivando o grupo de risco a ficar em casa. O problema vai ser se tudo parar de uma vez com o pânico que a mídia coloca, muita gente vai perder o emprego. E se tem gente preocupada em perder o emprego são pessoas que não ganham muito bem”, Régis,

“A fala do Ministro da Saúde? Está errada então? Do resto do mundo? Eu acho que isso é um tanto equivocado no momento, creio que nesse início da disseminação do vírus no país, a quarentena é essencial para evitar um colapso. Mas acho que a preocupação maior dele é com os tributos, arrecadação, fundo partidário e tal. Da forma como ele falou, acho que não foi feliz. Algumas medidas poderiam ser amenizadas, relaxadas. Mas deixando claro que ainda algumas precisam ser mantidas. Tem uma equipe enorme sendo mobilizada para combater a pandemia, e ele vem falar de gripezinha!? Acho q como a previdência está falida, ele acha bom que todos voltem ao normal, fazer a máquina arrecadar, e quanto menos idosos sobrar melhor, menos custo para o governo! ”, Fernanda.

“Falar que é atleta e não precisa se preocupar com os sintomas, olha...nem sei o que dizer”. Giuliano

“Nossa cidade diminuiu o ritmo, mas não parou. Assim ajudamos que o vírus se destrua de forma natural se for a tal gripezinha para uns, ótimo... mas para outros? Tenho minha mãe com 90 anos que está em casa somente com uma irmã, dispensamos a cuidadora, a auxiliar de limpeza e nós, os outros filhos e netos não a vemos há 10 dias. Tudo para proteja-la. Tenho dois netos, um compartilhamos a mesma sacada do apartamento, também e só de longe que mato a saudades dele. Enfim eu me sinto responsável e faço o que é recomendado pelos órgãos da saúde. Assim fiz com minha empresa atendemos por telefone e meus colaboradores nas suas casas e excepcionalmente o departamento pessoal está trabalhando, pois, as dúvidas das empresas são muitas. Mas tudo é feito e entregue no portão, estamos fazendo nossa parte”. Clair.

“Temos os impostos, IPTU, alvará, tudo mês de abril e maio, será que o prefeito vai ter a mesma atitude dos governos estadual e federal?”, Motta.

“Concordo que a vida em primeiro lugar, mas da forma que está sendo tratado a situação para o comércio local, aqui pelo visto não vamos ter nenhum caso mas vamos ter mais ou menos 100 CNPJ mortos aqui, e vamos contribuir com 2 a 3 mil desempregados em PVA. Achei precipitada e imatura a atitude da nossa administração, somos 3 milhões de habitantes no MT, e tem 6 casos que equivale a 0,00002 % da população. Teríamos que ter tomado atitude para proteção, mas acho que foi demais, se seguir assim eu vou contabilizar 4 desempregados e 10 pessoas dependentes da minha empresa. Isso para eu não ser mais um CNPJ falecido”. Paulo Duarte.

“Eu acredito que nossa região vai sentir, mas não tanto quanto outras cidades que depende somente do comércio. Nossa região já colheu praticamente toda a soja, já plantou milho e algodão e vai ter de colher. Vai ter de fazer as manutenções dos equipamentos, vai precisar de mão de obra e a mão que movimenta o comércio 15 a 20 parado não quebra não, é só se apertar que dá para passar. Agora a doença não passa, se não cortarmos o ciclo dela. Que Deus nos abençoe!”. Claudinei.

“O que as autoridades recomendam depois que o dinheiro acabar, já que a maioria não vai poder trabalhar porque o comércio estar fechado? Eles irão disponibilizar cestas básicas, alguma ajuda?” – Cicero Santos.

 

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