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NOTÍCIAS DE CAMPO VERDE Segunda-feira, 31 de Janeiro de 2022, 06:30 - A | A

Segunda-feira, 31 de Janeiro de 2022, 06h:30 - A | A

ACIDENTE

Moradores de assentamento onde mulher morreu devido a descarga elétrica já haviam relatado precariedade em aterro

Segundo moradores, a concessionária de energia se comprometeu a realizar um estudo, porém, nada foi feito

Da Redação

A morte de uma moradora do Assentamento Dom Osório, na região rural de Campo Verde, foi amplamente divulgada por diversos meios de comunicação e voltou os olhos da população mais uma vez para o problema da precariedade do sistema elétrico nas zonas rurais da cidade. Dalvirene Ribeiro da Silva de 38 anos, acabou morrendo depois de receber uma descarga elétrica ao pegar o aparelho celular que estava carregando.

As reivindicações dos moradores já são antigas, há pouco mais de um ano, no dia 13/01/2021, a reportagem esteve no assentamento Dom Osório, acompanhando uma reunião com a concessionária Energisa, que foi intermediada pelos então recém empossados vereadores da cidade. Na ocasião os moradores solicitaram melhorias na situação que já era precária.

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Aterro Dalvirene.png

 

As principais reclamações na época foram: os longos períodos sem energia na região e a falta de atendimento da concessionária. A falta de segurança, principalmente dos aterramentos dos postes que são todos irregulares no assentamento.

Na reunião ficou decidido que os moradores iriam fazer uma campanha com o apoio da Energisa para realizar a poda de todas as árvores que estavam atrapalhando a rede de energia, pois, segundo a concessionária, o problema da constante queda de energia no local seria o contato dessas árvores com a rede.

Em relação ao aterramento, os moradores relataram que quando haviam tempestades, aconteciam muitas oscilações de rede já que o aterro não estaria funcionando como deveria, apresentando em muitos casos fios expostos ou curtos, ou até mesmo a inexistência dos aterramentos.

Na época, a Concessionária Energisa, se comprometeu a realizar um estudo por amostragem de 10 postes em regiões diferentes do assentamento, para detectar se existia realmente o problema citado pelos moradores. Porém, segundo os moradores, a poda das árvores foi realizada com a ajuda dos moradores, mas a reivindicação do aterramento nunca foi realizada.

Morador antigo do assentamento, Cleriston Tavares, mora na mesma rua de Dalvirene Ribeiro, onde há um dos postes escolhidos para realização das vistorias e estudos dos aterros que nunca foram realizados. 

“Precisou alguém morrer para chamar atenção novamente para esta questão, não podemos afirmar com certeza se foi devido a isso, mas o fato de todos terem sentido a oscilação da energia no assentamento dessa região, bem no momento em que ficamos sabendo do acidente com a Dalvirene, é estranho, teve vizinho que estava com motor estacionário desligado e ligou sozinho, esse problema de oscilação é relatado por todo mundo e ninguém fez nada, não foi falta de pedir, de procurar, vocês estiveram aqui há um ano atrás e são prova”, disse o morador em tom de desabafo.

Cleriston é motorista do transporte escolar da prefeitura, ele citou que era amigo da vítima, que era mãe de quatro meninas, todas em idade escolar, que estavam desesperadas no dia da tragédia. 

Na reunião realizada em 2021, o vereador Valerindo Sampaio (PSL), foi quem falou com a reportagem sobre as questões que haviam sido decididas, ele afirmou na ocasião, que “mesmo que eles não queiram assumir essa questão do aterro, pois foi uma empresa particular que realizou o trabalho e segundo os relatos fez um serviço as pressas para entregar a obra, a responsabilidade desde quando assumiram a rede é deles, os ônus e os bônus, inclusive essa manutenção que é pedida pelos moradores”.

Os problemas com falta de energia também continuam sendo relatados com periodicidade no assentamento, assim também como falta do atendimento da concessionária a comunidade.

 

 

O OUTRO LADO

 

Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Energisa que, por meio de nota, ressaltou que as redes de distribuição de energia possuem proteção e são aterradas. E que é necessário a opinião de um profissional técnico para identificar a causa de um acidente, como o que causou a morte de Dalvirene. Confira a nota na íntegra.

 

“A Energisa esclarece que as suas redes de distribuição de energia possuem proteção e são aterradas para a segurança da população. Porém, existem fatores externos, como os raios, que podem interferir nas redes.

 

A empresa também esclarece que é necessária uma opinião de um profissional técnico para poder identificar a causa de um acidente.

 

A concessionária reforça que tem feito um trabalho de alerta para a população orientando sobre os cuidados necessários durante os períodos de chuvas que podem ser acompanhados por ventos e raios, como:

 

- Não ligar equipamentos elétricos em tomadas instaladas em paredes úmidas;

 

- Não fazer manutenções durante a chuva, principalmente em telhados, correndo o risco de ser atingido por raios. Os equipamentos elétricos ligados à tomada também não devem ser manuseados em momentos de chuva, pois há chance de choque elétrico;

 

 - Sempre desligar o disjuntor em casos de alagamento, curto-circuito ou princípio de incêndio dentro de casa;

 

- Evitar ficar perto de campos de futebol, piscinas, lagos, lagoas, praias, árvores, mastros e locais elevados. Não encostar em grades e objetos metálicos, não se abrigar em lugares abertos, próximo de postes ou embaixo da fiação elétrica. Esses locais se tornam perigosos por causa do risco de descargas elétricas naturais;

 

  - Em casos de objetos serem arremessados na rede elétrica por conta de ventos, a orientação é não aproximar e não tentar afastar a fiação”.

 

VÍDEO

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