Um dos líderes do Comando Vermelho, o traficante brasileiro Marcelo Pinheiro Veiga, conhecido como Marcelo Piloto, foi acusado neste sábado (17) de matar uma mulher que foi visitá-lo no Agrupamento Especializado de Assunção, no Paraguai, onde ele está preso à espera de ser extraditado para o Brasil
A jovem, de 18 anos, foi atacada por Marcelo Piloto com uma faca de cozinha por volta das 14h locais (15h em Brasília). Segundo a imprensa paraguaia, o traficante teria esfaqueado a vítima 17 vezes.
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A mulher chegou a ser socorrida no local e levada ao hospital do bairro Operário, em Assunção, mas não resistiu aos ferimentos. De acordo com o Ministério Público, os agentes ainda estão analisando como o crime ocorreu. Legistas foram enviados ao local para avaliar o corpo da mulher, que depois será levado para um necrotério da Justiça.
O MP também abriu uma nova acusação contra Piloto pelo crime, o que deve atrasar a extradição dele ao Brasil. Na sexta-feira (16), durante uma audiência preliminar em um caso que investiga a produção de documentos falsos e a posse ilegal de armas, o integrante do Comando Vermelho recusou ser entregue às autoridades brasileiras.
A juíza e o promotor do caso tentavam aplicar o "critério de oportunidade" para acelerar a extradição ao país. O mecanismo podia ser usado porque a expectativa da pena de Piloto no Paraguai não ultrapassa os dez anos. Por isso, sua prisão "perde relevância penal" pelo fato de o traficante ter cometido crimes mais graves em outro país.
Ao questionar a aplicação do critério, a defesa do brasileiro argumentou que, na investigação pela falsificação de documentos, as diligências não foram feitas como deveriam.
Em fevereiro deste ano, policiais civis e rodoviários federais prenderam dois homens suspeitos de envolvimento em um plano para libertar Piloto da cadeia.
No Brasil, o traficante é requerido pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para cumprir duas sentenças pelas quais foi condenado a 21 anos de reclusão em um dos casos e a cinco anos e quatro meses no outro.
Marcelo Piloto havia sido preso em dezembro do ano passado, numa operação conjunta das autoridades de segurança do Rio com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad), a Polícia Federal brasileira, a Polícia Nacional do Paraguai e a Agência Antidrogas Americana (DEA). Ele era considerado o maior fornecedor de armas, munições e drogas do Comando Vermelho e morava no Paraguai há mais de cinco anos.