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A tarifa média para novembro, para o mesmo trecho, está em R$ 308 por tonelada, 37% acima dos R$ 225 por tonelada para igual mês em 2014. Segundo Ozelame, esta alta do frete é consequência de uma série de eventos que se desenvolveram nos últimos tempos.
Um deles foi o início da cobrança de pedágio na BR-163, uma das principais vias de escoamento de grãos do País, em setembro. Com a cobrança, um caminhão com quatro eixos que sai de Sinop (MT) com destino a Santos passou a gastar até R$ 139,60 mais na viagem. Fora a taxação, Ozelame destaca também o reajuste nos preços do diesel.
m outubro, o reajuste de 4% aplicado pela Petrobras nas refinarias se traduziu em um aumento de 3,8% nos postos, segundo o levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). O aumento da demanda por transporte de grãos na região ante a oferta reduzida de caminhões também onera o serviço.
Ozelame afirma que o Estado exportou entre janeiro e outubro deste ano um volume de soja e milho 6,8% superior ao de igual período no ano passado. Atualmente, ainda há na região escoamento de pequenos lotes de soja concorrendo com o milho, o que é raro para esta época do ano. Por outro lado, há cada vez menos caminhões disponíveis na região. "Não temos dados sobre isso, mas há muitos veículos que estão parados, sem rodar, e transportadoras que deixaram de atender a região porque os custos para manter a frota são muito altos", afirmou.
Ozelame ressalta ainda que o preço para transportar a saca de 60 quilos de milho está mais alto do que o valor do frete. O preço médio para carregar o produto de Sorriso a Santos é de R$ 18,90/saca, enquanto o valor médio pago por compradores hoje na cidade mato-grossense é de R$ 17/saca. Para os próximos meses, Ozelame afirma que a perspectiva é de instabilidade para os preços dos fretes e que ainda não é possível prever valores para o período de entrada da safra 2015/16 da soja, no início do ano. "Todo o sistema está passando por uma mudança com estes novos pedágios, aumento diesel e demanda. É um momento de instabilidade, tudo aponta para um aumento, mas não há como assegurar que isso vá acontecer. O produtor precisa ficar atento."
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Não é possível
comer com instabilidade
sem um frete estável
e com o descanso
dum político abestado,
que acha que não tem
nada a ver com isso.
Pois, o milho que é colhido
no interior dessa vastidão,
também enche o bucho
dos que acham
que não são brasileiros.
Murilo Conti Vieira
27/11/2015